Publicado em 06/10/2021
Em 2020, de um total de 10.297 classificações disponíveis na Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM (códigos distintos de oito dígitos numéricos exigidos para identificação de qualquer produto existente), exportamos mercadorias contidas em 7.751 desses códigos (75,3%), ou seja, mais de um quarto do total disponível, o que gera a impressão inicial de existir grande dispersão de produtos na nossa exportação.
Para fins de confirmação desse fato, é necessário apurar o peso relativo dos produtos na pauta exportadora e o gráfico a seguir apresenta a evolução da participação na exportação brasileira das principais mercadorias (identificadas pelo seu código na NCM) ao longo dos últimos 30 anos, selecionadas em grupos contendo as 10, 20, 50, 100 e 200 principais (para cada um dos 30 anos, foi feita a verificação de quanto representaram, sobre o total, as 10, 20, 50, 100 e 200 principais NCMs exportadas):
Os traçados das curvas são marcantes, espelhando sensíveis aumentos de participação em todos os grupos registrados, com o impacto adicional de que a inclinação aumenta conforme diminui a quantidade de principais produtos, demonstração inconteste da concentração crescente em um número cada vez menor de produtos: de 1990 a 2020, a participação dos 200 principais produtos saiu de 78% para 87% (elevação de 12% sobre a participação de 30 anos atrás) e assim sucessivamente, dos 100 principais, de 67% para 81,2%, dos 50 principais, de 55,1% para 74,9%, dos 20 principais, de 40% para 64,5%, e dos 10 principais, de 29,5% para 53,4%, com respectivas majorações sobre os percentuais de 1990 de 12%, 21%, 36%, 61% e 81%.
Isto significa que 10 códigos utilizados para identificar item de Nota Fiscal (NCM) responderam por mais da metade das exportações brasileiras em 2020 (53,4%), vide lista em ordem decrescente de valor: soja em grão ou triturada, minério de ferro, petróleo em bruto, açúcar de cana, carne de bovino congelada, milho em grão, celulose, café em grão não torrado, farelo de soja e carne de frango congelada (oito produtos básicos e dois semimanufaturados, ou seja, nenhum produto manufaturado).
Percebe-se, ainda e nitidamente, no gráfico, pelo menos para os grupos das 10, 20 e 50 NCMs mais exportadas, que a concentração acelerou, isto é, as curvas acentuaram suas inclinações de crescimento nos últimos 4 anos em relação às suas taxas históricas, de modo que as divisas cada vez maiores geradas com exportações, interessantes em âmbito macroeconômico para o País, representam, em âmbito microeconômico, colossal enriquecimento de poucos setores, uma brutal concentração de renda, em detrimento da esmagadora maioria da economia nacional.
Sob uma ótica mais ampla de análise relativamente ao ano de 2020, o quadro abaixo apresenta agrupamentos de principais produtos exportados pelo Brasil, reforçando o caráter da concentração da pauta, uma vez que os 18 grupos ilustrados responderam por mais de 84% do valor exportado e quase 95% da tonelagem exportada (mais impactante ainda é observar que os quatro primeiros colocados, entre setores e produtos, quase alcançaram metade do total em valor e 77% do peso exportado):
Observação: Material extraído da 5ª edição do livro Comércio Exterior Competitivo, recém-lançado pela Aduaneiras Editora.
Fonte: Aduaneiras
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