A uma semana da reunião de Cúpula do Mercosul, associações empresariais europeias de vários setores divulgaram um documento conjunto favorável à ratificação do acordo comercial fechado no ano passado entre o bloco e a União Europeia (UE). “Nós, a coligação de associações empresariais europeias que representam diferentes setores europeus, pedimos a rápida ratificação do acordo de associação UE-Mercosul”, escreveram.
A tratativa entre os dois blocos foi finalizada após duas décadas de costuras e negociações sem sucesso e agora aguarda a aprovação pelos parlamentos dos países envolvidos e a ratificação do texto. A declaração conjunta tem seis páginas e é assinada por diversas associações.
As empresas acreditam que o acordo vai desbloquear o crescimento e ajudar as duas regiões a se recuperarem da crise econômica e de saúde pública, fazer a transição para investimentos verdes e diversificar as cadeias de abastecimento globais.
Mercosul
A declaração também diz que o acordo inclui compromissos exequíveis sobre os direitos dos trabalhadores e proteção ambiental por meio de um mecanismo dedicado de solução de controvérsias, que inclui um papel ativo para as organizações da sociedade civil e apela à experiência de organismos internacionais, cujos relatórios e recomendações devem ser feitos de forma pública. Em caso de não cumprimento de qualquer uma dessas disposições, lembram as associações, um mecanismo automático irá desencadear consultas governamentais formais.
Para os empresários europeus, se as tratativas não forem adiante, os dois grupos de países perdem a oportunidade de terem ferramentas que ajudem na retomada econômica. A falta de um consenso entre as partes ainda abriria uma oportunidade para que países do Mercosul fechem parcerias com nações menos exigentes em relação a compromissos ambientais e trabalhistas, de acordo com o texto.
Também informaram que empresas da UE investiram 114 bilhões de euros nos mercados do Mercosul desde 2010, criando 290 mil empregos no Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A previsão do grupo é a de que o acordo deve aumentar em 10,6% as importações do Mercosul e em 52,0% as exportações para o bloco, o que devem deve gerar empregos e permitir um melhor escoamento de mercadorias e serviços.
Brasil
As empresas também destacaram a importância do Brasil para os negócios. De acordo com a declaração conjunta de associações europeias, além do seu grande mercado, a maior economia da América Latina tem um grande desafio de proteger suas florestas. “
Segundo declaração, a transparência permitirá que grupos da sociedade civil acumulem pressão baseada em evidências do lado que não respeita seus compromissos, ajudando ainda mais a assegurar que as disposições de desenvolvimento sustentável sejam respeitadas. O texto também diz que o crescimento do comércio decorrente do acordo dará suporte à continuidade transformação para uma economia sustentável nos países do Mercosul.
O grupo diz que se o acordo não for ratificado, haverá uma limitação da capacidade das empresas de cooperarem de forma eficaz para resolver os grandes desafios globais do nosso tempo.
Fonte: Terra
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